As vendas no comércio varejista brasileiro apresentaram um desempenho insatisfatório em setembro, com uma queda de 1,9% em relação ao mesmo mês do ano passado e uma redução de 2,4% quando comparadas a agosto. Esses números, divulgados pela empresa de meios de pagamento Stone, são alarmantes e indicam que o setor enfrenta o seu pior cenário desde o início do ano.
A situação é ainda mais preocupante considerando que a concorrente Cielo já havia sinalizado uma diminuição de 3,3% nas vendas de setembro, desconsiderando a inflação. De acordo com os dados da Stone, que realiza um monitoramento mensal com comerciantes em sua plataforma, todos os oito segmentos analisados apresentaram recuo, com os maiores impactos nos setores de móveis e eletrodomésticos, além de livros e papelaria, que também sofreram uma queda de 3,5%.
Matheus Calvelli, economista da Stone, ressaltou que o resultado de setembro representa a segunda queda nos últimos quatro meses, o que gera um clima de incerteza para o restante do ano, especialmente em um contexto onde a volatilidade econômica é alta.
Analisando o terceiro trimestre como um todo, as vendas no varejo caíram 0,9% em comparação com os três meses anteriores, embora tenha havido um crescimento de 1% em relação ao mesmo período de 2022. Nos setores que se destacaram positivamente nesse intervalo, constam combustíveis e lubrificantes, que cresceram 2,6%, além de tecidos, vestuário e calçados, com uma alta de 0,8%.
Por outro lado, setores que registraram queda significativa incluem “outros artigos de uso pessoal e doméstico” e farmacêuticos, com recuos de 2% e 1,8%, respectivamente. Também houve uma leve diminuição nas vendas em hipermercados e supermercados (-0,9%), móveis e eletrodomésticos (-0,6%) e material de construção (-0,5%).
Esse cenário demanda um debate aprofundado sobre a necessidade de promover um ambiente favorável à liberdade econômica e menos intervenções que possam cercear o crescimento das empresas. Um comércio mais forte e vibrante é crucial para a recuperação econômica e para a manutenção de valores tradicionais, que incluem a estabilidade e a segurança financeira das famílias. Os governantes devem refletir sobre políticas que realmente ajudem a fomentar um setor privado robusto e que evitem aumento de impostos e regulação excessiva, favorecendo um crescimento econômico sustentável.