O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, abordou a necessidade de uma análise franca e responsável sobre os gastos públicos do Brasil. Durante um evento promovido pelo Valor Econômico, ele destacou a importância de encarar a realidade fiscal, mencionando que não aliviaria a avaliação nem para os antigos governos do PT. “Precisamos ser intelectualmente honestos e colocar os números na mesa. É somente com essa transparência que podemos buscar uma sustentabilidade estrutural, que é o principal objetivo do Ministério da Fazenda”, afirmou.
Haddad reconheceu que a revisão de gastos é uma tarefa desafiadora, exigindo uma construção política sólida. Ele ponderou que não adianta partir para uma confrontação inevitável de fracasso: “O processo é de convencimento, e é normal que cada ministério considere sua agenda a mais importante. Porém, estamos trabalhando arduamente para explicar como a economia deve funcionar de forma integrada”.
O ministro também reafirmou que a equipe econômica não ignora os problemas das despesas governamentais, alertando, porém, que a negação da realidade resulta em grandes riscos. Ele foi questionado sobre a necessidade de uma nova reforma da previdência no atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas não ofereceu respostas definitivas nesse sentido.
Em relação ao Banco Central, Haddad garantiu que as indicações para sua diretoria têm caráter técnico, alegando que as escolhas não são políticas. O novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foi apontado como um profissional qualificado para ajudar o Brasil a atingir suas metas de inflação, conforme um novo regime de metas.
O ministro reforçou que o governo está focado em aperfeiçoar o tripé econômico, envolvendo as áreas fiscal, monetária e cambial. Ao comentar sobre as decisões de juros que ocorrerão no Brasil e nos Estados Unidos, Haddad lamentou um descompasso entre os bancos centrais mundiais, mencionando como a comunicação do Federal Reserve fez o mercado oscilar.
Ele alertou que as incertezas sobre o Federal Reserve têm contribuído para um cenário de instabilidade no Brasil, ressaltando que haverão muitos fatores a se considerar durante a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Este contexto evidencia a complexidade da política monetária e a necessidade de decisões fundamentadas em uma análise cuidadosa e precisa.
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