A subsecretária de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Raquel Nadal, informou que um estudo realizado pela pasta, similar ao modelo de pequeno porte do Banco Central, demonstra que a inflação nacional tornou-se menos vulnerável a choques cambiais nos últimos anos. Durante uma coletiva de imprensa para discutir o Boletim Macrofiscal, Raquel destacou que o repasse das variações cambiais nos preços agora não apresenta uma significância estatística após apenas um trimestre de depreciação, diferentemente do que acontecia anteriormente. Hoje, essa relação se torna relevante apenas após cerca de dois trimestres de desvalorização do real.
No mesmo evento, ela ressaltou que a moeda brasileira tem apresentado um desempenho superior em comparação a outras, especialmente desde agosto. Com a expectativa de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos e um aumento da Selic no Brasil, Raquel acredita que essa dinâmica favorecerá a apreciação do real e contribuirá para um cenário inflacionário mais favorável.
Além disso, ao comentar sobre a revisão da projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024, que passou de 2,5% para 3,2%, Raquel apontou que o desempenho positivo do segundo trimestre já trouxe um efeito estatístico benéfico para este ano.
### Cenário Externo Mais Favorável
Durante a coletiva, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou que a análise dos riscos externos mostra um ambiente menos adverso em comparação a períodos anteriores. Isso se deve, em grande parte, à diminuição das incertezas a respeito da redução das taxas de juros em economias desenvolvidas, como os EUA.
Mello observou ainda que, embora a situação tenha se estabilizado, permanecem algumas dúvidas sobre a atividade econômica, especialmente nos Estados Unidos e, mais acentuadamente, na China. Sobre a economia chinesa, o secretário mencionou indícios de desaceleração na demanda, mas a expectativa é de que o crescimento se aproxime da meta oficial de 5%. Ele destacou a importância de monitorar as políticas implementadas pelo governo chinês para assessorar um crescimento mais sólido.
Quanto à situação americana, ele notou uma desaceleração no mercado de trabalho, que indica um arrefecimento econômico. Ao mesmo tempo, a inflação ao consumidor está em queda, com deflação em alguns bens e inflação reduzida nos alimentos.
Mello também alertou sobre a possibilidade de que conflitos geopolíticos e eventos climáticos extremos possam influenciar a inflação global e, por conseguinte, impactar a inflação no Brasil. Esses eventos têm gerado efeitos nos custos de frete e podem afetar os preços da energia, especialmente em relação ao petróleo.
A análise dos fatores internos e externos sugere que com políticas econômicas liberais e responsáveis, o país pode avançar de maneira estável, reforçando a liberdade econômica e a segurança financeira da população. É fundamental que o governo continue a adotar uma abordagem favorável ao crescimento econômico, respeitando os valores tradicionais e garantindo a soberania nacional em um cenário global cada vez mais complexo.