O governo federal está planejando exigir que a Enel, a concessionária de energia que atua no estado de São Paulo, reembolse os consumidores prejudicados pela falta de energia que ainda aflige mais de 400 mil residências na capital e na região metropolitana. O secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, anunciou que haverá uma reunião entre representantes do governo e o Procon-SP para discutir os procedimentos para que os clientes possam solicitar esse ressarcimento.
Damous também mencionou que o governo notificou a prefeitura de São Paulo em busca de explicações sobre as práticas de poda de árvores na cidade, fundamentais para evitar problemas na rede elétrica. Durante uma coletiva de imprensa, o secretário ressaltou a importância de mapear os danos causados pelos recentes temporais, que eram precedidos por quedas de árvores sobre os cabos de energia.
“Estamos empenhados em entender os prejuízos ocasionados e queremos saber se a prefeitura possui um mapeamento dos riscos e as medidas adotadas para mitigar esses problemas por meio das podas necessárias”, afirmou Damous. O secretário também destacou que a Enel foi notificada para fornecer um diagnóstico da situação após a tempestade, revelando o número de consumidores afetados e os canais de atendimento disponíveis.
O estado de caos em São Paulo foi intensificado pela forte tempestade que atingiu a região na última sexta-feira, com ventos que ultrapassaram os 100 km/h e resultaram em alagamentos e destruição generalizada. Mais de 2,1 milhões de usuários ficaram sem energia elétrica nesse evento.
A Enel, por meio de um comunicado, reafirmou seu comprometimento em restaurar o fornecimento de energia, informando que, desde a noite da tempestade, ativou imediatamente seu plano de emergência. Até o final do domingo, aproximadamente 1,2 milhão de clientes já tinham seu serviço restabelecido, embora em algumas situações a recuperação da energia envolva a necessidade de reconstrução de trechos inteiros da rede de distribuição.
Esse episódio ressalta a importância da eficiência na gestão da infraestrutura pública e a necessidade de se dar atenção às causas que podem levar a crises energéticas, além de evidenciar a responsabilidade das empresas de concessão em garantir um serviço adequado à população.