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Altas da Selic: Consequências da pressão inflacionária e erros persistentes da política econômica

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Abertura das Taxas dos DIs e a Política do Banco Central: Implicações e Contexto Econômico

SÃO PAULO – As taxas dos DIs encerraram a quinta-feira com uma alta significativa, refletindo uma nova realidade diante da inflação no Brasil e os impactos das políticas monetárias estrangeiras. A probabilidade de um aumento na taxa Selic em setembro subiu para 100%, impulsionada por um discurso firme do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e pela alta dos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos.

A taxa do DI para janeiro de 2025 chegou a 10,749%, marcando um acréscimo de 9 pontos-base em comparação ao ajuste anterior. Para janeiro de 2026, o aumento foi para 11,595%, e para janeiro de 2027, 11,605%. Nos contratos de maior prazo, como janeiro de 2031, a taxa subiu para 11,68%.

Esse movimento vem acompanhado pela tendência de aumento nos yields dos títulos norte-americanos, algo que foi reforçado por dados recentes do Departamento do Trabalho dos EUA. O número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego na semana encerrada em 17 de agosto subiu para 232.000, um sinal de que o mercado de trabalho americano pode estar perdendo força. Isso levou os investidores a recalibrar as expectativas, prevendo agora um corte menor na taxa de juros pelo Federal Reserve do que inicialmente esperavam.

O discurso de Galípolo, que ocorreu num evento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) em São Paulo, foi claro ao afirmar que o Banco Central não se vê em uma “cena complicada” em relação à Selic. Ele ressaltou que a autarquia pode aumentar a taxa básica se necessário, defendendo a importância de agir contra a inflação fora da meta, um sinal claro da determinação do Banco em manter a estabilidade econômica.

As análises de instituições financeiras também apontam que, devido às falas consideradas ‘hawkish’ de Galípolo, o Banco Central pode ser forçado a aumentar a Selic em pelo menos 25 pontos-base no próximo mês, mesmo em um contexto onde a melhora nas condições externas poderia sugerir um cenário mais benigno. Assim, a fala de Galípolo acaba por se tornar uma profecia autorrealizável, onde a expectativa de uma alta nas taxas reforça a necessidade de uma ação efetiva por parte do Banco Central.

Por outro lado, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, também reconheceu desafios em relação à inflação durante um evento no Rio de Janeiro, sublinhando um cenário repleto de incertezas tanto internas quanto externas. Ele destacou que a gestão da política monetária requer atenção aos dados que afetam as projeções inflacionárias.

Enquanto isso, a trajetória dos Treasuries nos Estados Unidos continua a impactar os mercados globais, com os rendimentos do título de dez anos mostrando uma alta firme, atingindo 3,86%, o que pode influenciar a dinâmica de atração de investimentos no Brasil.

Esse cenário nos leva a refletir sobre a importância de políticas monetárias que priorizem a liberdade econômica e o crescimento sustentável, uma abordagem que deve ser respaldada por ações firmes e decididas do Banco Central para garantir a confiança do mercado e o bem-estar da população.

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