A assessora econômica da Casa Branca, Lael Brainard, divulgou um novo plano do governo de Joe Biden para proteger o setor automobilístico dos Estados Unidos das práticas comerciais desleais que vêm da China. Em um discurso ao Detroit Economic Club, ela expressou preocupação com o que chamou de “inundação dos mercados globais” pela China, que estaria utilizando seu excesso de capacidade de produção para exportar automóveis em condições desfavoráveis, repetindo o cenário que prejudicou a indústria americana no início dos anos 2000.
Brainard enfatizou que a administração Biden está comprometida em evitar um novo “choque da China”, propondo a implementação de salvaguardas que assegurem uma concorrência justa para os fabricantes de automóveis dos EUA, especialmente em um momento em que poucos veículos fabricados na China são importados para o país.
Além disso, o Departamento de Comércio dos EUA anunciou uma proposta para proibir o uso de software e hardware chineses em veículos conectados, uma medida que, na prática, barraria a entrada de quase todos os automóveis chineses no mercado americano. Brainard afirmou que os consumidores devem ter a liberdade de escolher qualquer carro – seja movido a gasolina, híbrido ou elétrico – mas ressaltou a prioridade de garantir que os veículos elétricos sejam fabricados nos Estados Unidos e não na China.
As declarações de Brainard surgem em um contexto eleitoral onde o impacto da competição chinesa na indústria automobilística é central, especialmente com a candidatura de Donald Trump, que critica a possibilidade de domínio da China neste setor. O governo Biden, buscando proteger a indústria local, já implementou aumentos significativos nas tarifas sobre as importações chinesas, incluindo uma tarifa de 100% sobre veículos elétricos.
Brainard também destacou a importância de atuar em conjunto com os parceiros do Canadá e México para enfrentar a concorrência desleal da China, especialmente em relação ao uso do México como plataforma de exportação a preços artificialmente baixos. Com as conversas em andamento, a possibilidade de fabricantes chineses instalarem fábricas nos EUA será gerida por meio das salvaguardas que a administração está implementando atualmente.
Em um cenário onde a proteção da liberdade econômica e da indústria nacional é crucial, essas medidas refletem um empenho em fortalecer a produção interna e garantir a competitividade dos produtos americanos frente a práticas desleais.