A recente divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos Estados Unidos trouxe à tona dados que, embora ainda altos, indicam uma inflação mais controlada. Segundo o relatório de agosto, essa situação desacelera a urgência de uma postura mais agressiva do Federal Reserve (Fed) em relação à redução de juros, planejada para a próxima semana. Os detalhes revelam um mercado de trabalho que está esfriando, mas que ainda mantém uma atividade robusta, permitindo aos economistas preverem um corte suave na taxa de juros em 0,25 ponto percentual.
A ferramenta FedWatch, do CME Group, reflete essa tendência, mostrando uma probabilidade de 85% para um corte mais moderado, um aumento notável em comparação com o mês anterior, onde as probabilidades estavam bem divididas. André Valério, economista sênior do Inter, notou a desaceleração do índice inflacionário de 12 meses para 2,5%, entretanto, o núcleo da inflação permanece elevado em 3,2%, evidenciando um resquício de conflito inflacionário.
O economista chamou atenção também para a pressão nos custos de habitação, que registraram um aumento de 0,5%, além da aceleração do “super núcleo”, que desconsidera os gastos habitacionais. Essa persistência no aumento de preços é uma preocupação, mas não impede que o Fed avance com a redução de juros, esperando um impacto positivo na economia.
Outros economistas, como Claudia Rodrigues do C6 Bank, ressaltam a composição positiva do CPI, com uma retração nos preços dos bens, levando à expectativa de cortes gradual de juros, com três reduções de 0,25 ponto até o final do ano. Essa visão é compartilhada por Francisco Nobre da XP, que não vê motivo para preocupação em relação aos dados do núcleo, já que o processo de desinflação continua a avançar, embora devagar.
O ambiente econômico atual, com inflação controlada e um mercado de trabalho que se adapta, certamente traz a possibilidade de cortes de juros. Contudo, o foco deve ser em garantir que essas decisões não venham acompanhadas de mais intervenções estatais, mas sim promovam um ambiente favorável à livre iniciativa e ao crescimento econômico sustentado.
Além disso, a análise da hipótese de recessão no cenário econômico diminui com dados mais positivos vindos do mercado. Matheus Pizzani da CM Capital observa que a resiliência do setor habitacional deve ser um fator crucial nas decisões do Fed, evitando uma abordagem muito conservadora que comprometa a convergência da inflação às metas de longo prazo.
A economia, sob a ótica liberal, deve buscar minimizar regulamentações e permitir ao mercado atuar livremente, evitando assim os problemas gerados por intervenções desmedidas que vieram a caracterizar a gestão de governos anteriores, cujas políticas frequentemente resultaram em aumento de impostos e desestímulo ao empreendedorismo. É fundamental que o Fed mantenha uma postura que favoreça a estabilidade econômica, sem retroceder em iniciativas que podem embaraçar o crescimento.