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BC Sinaliza Aumento da Selic: Consequências da Alta da Inflação e Medidas Flativas

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Em um pronunciamento incisivo sobre a inflação e os juros, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, esclareceu nesta quinta-feira (22) que suas declarações recentes não colocaram a autarquia em uma posição difícil no que diz respeito à Selic em setembro. Galípolo ressaltou que o foco do Banco Central permanece firme, e que o aumento da taxa básica é uma possibilidade que será considerada se necessário.

Nos últimos dias, a expectativa entre as instituições financeiras tem aumentado quanto a uma provável alta da Selic, com uma previsão de elevação na ordem de 25 pontos-base, ainda que o cenário externo tenha mostrado uma ligeira melhoria. O discurso e as atitudes assertivas de Galípolo têm levado o mercado a antecipar essa resposta firme do BC.

Durante um evento em São Paulo, o diretor manifestou sua visão, discordando respeitosamente das interpretações do mercado que insinuavam que o BC estava em uma posição de desvantagem. Ao mesmo tempo, manteve uma postura resoluta, afirmando que “inflação fora da meta é uma situação desconfortável”, um desafio que o BC deve encarar como parte de suas responsabilidades.

No evento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Galípolo mencionou que havia uma certa hesitação no mercado em aceitar que o Banco Central poderia elevar os juros, mesmo que os membros da autarquia não se sentissem constrangidos a agir, sendo a Selic atualmente de 10,50% ao ano.

Ele reiterou que o BC possui a “liberdade” necessária para decidir sobre a Selic e que nenhuma opção está descartada na abordagem da política monetária, incluindo a alta da taxa. Galípolo também expressou seu contentamento com a interpretação de suas recentes mensagens, reforçando que não há contradições com as declarações de outros dirigentes do Banco Central.

Em sua análise, Galípolo observa que, no horizonte de 18 meses, a projeção de inflação é de 3,2%, superando a meta estabelecida de 3%. Ele enfatizou que o Banco Central não deve utilizar essa projeção como justificativa para qualquer relaxamento na busca pela estabilidade econômica.

O diretor também reafirmou sua percepção de que o balanço de riscos da inflação está assimétrico, com uma tendência maior de alta, embora essa análise não sirva como um “guidance” sobre as futuras direções da política monetária. Galípolo mencionou três fatores que podem pressionar a inflação para cima e que devem ser levados em consideração: a desancoragem de expectativas, a inflação de serviços e as oscilações do câmbio.

Além disso, foi claro ao afirmar que a movimentação do câmbio não altera a maneira como a política monetária é conduzida. Ele frisou que o Banco Central mantém sua vigilância monitorando várias variáveis, não se limitando a um único indicador.

Os dados recentes indicam que, a um ano, a inflação já se aproxima do limite superior da meta, que é de 4,5%. O crescimento econômico também tem sido animador, com expectativas de aumento do PIB de 3% para 2024, o que deve ser cuidadosamente avaliado pelos formuladores de políticas monetárias. O compromisso do BC é sempre proteger a moeda e considerar os possíveis desafios gerados pelo aquecimento da economia, especialmente em relação à demanda e oferta.

A abordagem prudente do Banco Central reflete sua dedicação à manutenção da estabilidade econômica e ao fortalecimento do ambiente de negócios no país, o que, sem dúvida, é essencial para a prosperidade da nação.

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